06/10/2011

Breve passagem... Nosso convite!!!

É fato! 


Tudo acontece dentro do tempo em que realmente tem que acontecer. É só agora, quase quatro meses depois, que pensamos e decidimos por ter um espaço  nosso na internet. 


Pensar que à menos de quatro meses éramos apenas o discurso, o pensamento do que queríamos ser, não que ainda não idealizemos, pelo contrário. Trata-se de um estágio adiante. É como o famoso pensamento de Descartes "Penso, logo existo". Foi essa a nossa sequência lógica.

Ao contrário de muitas companhias e grupos de teatro, não tínhamos nenhuma pretensão fechada de qual texto devíamos montar. Estávamos abertos e livres para o novo. Começamos um belo namoro com a leitura e discussões de contos, trechos de peças e poesias que de alguma forma nos sensibilizavam. Dessa safra vieram Drummond, Clarice, Florbela, Brecht, Colasanti, João Cabral, Marta Medeiros, Caio Fernando Abreu, Fernando Pessoa e seus amados heterônimos, entre outros que deixamos escapar os nomes... uau... tivemos sim uma overdose poética. 

Ao mesmo tempo que tínhamos um enorme tesão de fazer algo imediato, também tínhamos a serenidade interna de que o texto certo viria.

Fizemos dos agradáveis e poéticos encontros a chance de nos conhecermos melhor. Cada novo texto lido, um verdadeiro deleite. Sentiamo-nos privilegiados por compartilharmos tantas cumplicidades literárias. 

Tivemos um noivado muito rápido. Passamos a ler textos dramáticos mesmo. E vieram Albee, Nelson Rodrigues, Jorge Andrade, Mário Bortolloto, Tennessee, Plínio... Plínio e Tennessee... Tennessee e Plínio... Vieram os filmes adaptados das obras...

   ...............................O sinal amarelo começou a piscar.............................................

Corações batiam mais fortes e os suores eram inevitáveis a cada desenlace das personagens destes dois autores. Esses universos divergentes e tão convergentes tiraram os nossos chãos...

Mas ainda assim não queríamos um texto pronto, fechado. Pegamos um outro caminho. Não podemos dizer que do zero porque tudo o que tínhamos lido num espaço de quase dois meses, mexeram sim conosco. Mas, naquele momento achávamos que era do zero. E sem perceber nos casamos com a promessa de sermos felizes enquanto quisermos...

Mal começamos o "casamento" e já estávamos em crise artística. E a crise era do que queríamos falar. Sobre o quê e para quem queríamos falar? Foi (e ainda é) no bar que a mente começou  à inconscientemente trabalhar. E conversando, rindo, bebericando é que confessamos-nos sobre tudo: música, filmes, peças, além de notícias factuais. Até que foi lançado numa dessas conversas sobre "quais os personagens de nossas vidas e que gostaríamos de fazer?"...

Começamos então a fomentar e não é que misteriosamente as coisas aconteceram? E continuam acontecendo, claro. Decidimos que queríamos escrever, que experimentaríamos  o ator-dramaturgo dentro de nós.

Não estamos dizendo que é fácil escrever, ainda mais com o pequeno detalhe: escrever à quatro mãos e duas cabeças pensantes. Se bem que podemos seguramente dizer que raríssimas foram os conflitos entre nós, e os que tiveram foram por conta de nome de personagens citados,  de uma melhor marcação em rubrica. Coisa pequena mesmo,  tamanha a nossa cumplicidade. 
Claro que exige muito de nós, do nosso olhar e de nossa sensibilidade. Ter a inspiração é o primeiro passo e por no papel? E forçar a inspiração, então? 


O caminho que escolhemos foi, no mínimo, curioso. Tínhamos a nuvem da personagem idealizada mas, faltava-nos o enredo, as ações e o diálogo. E ainda tínhamos um outro elemento: escrever e construir a personagem ao mesmo tempo. E volta a crise...  Vários momentos a dona inspiração nos abandonou.

Enfim... encurtando os vários hiatos. Cá estamos nós rindo e falando de algumas passagens do nosso processo.  Com a benção de Santo Antônio (dia em que fundamos a cia. em 13 de junho de 2011) é que nós da Cia. de Teatro Bamuar, na voz de Talita Felonta e Guilherme Vale, e com a participação muito especial do músico Rei Bass queremos convidar todos os amigos, colegas e público no geral para prestigiarem conosco à essa nova etapa da gestação, ainda em processo, com a leitura dramática  de "À DERIVA NO SUBMUNDO".

Até logo,

3 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, vocês são ousados em colocarem em um só palco Plínio Marcos e Tenesse Willians. Estou curioso pra ver no que vai dar.

merda

Antônio Carlos

Who am I? disse...

Sinceramente, estou muito ansioso para prestigiar, que Baco, como se fosse um padre para esse casamento, coloque sua mão embebida no vinho e diga amém, merda!

Scalco

cia. de teatro BAMUAR disse...

Olá Antônio Carlos, obrigado pela postagem e contamos sua presença. Não se trata da peça dos dois autores e sim inspirados. O texto é uma autoria nossa (Talita e Guilherme) e Plínio e Tennessee foram, digamos, nossos grandes incentivadores, rs, se a modéstia aqui couber, claro.

Mas verá que Plínio e Tennessee, ambos da escola do realismo, muito convergem entre si, embora divergentes em seus formatos... Esperamos você e traga seus amigos...


Scalco, Scalco... o que dizer depois de belas palavras? Só a complementar que o universo te oouça e conspire em nosso favor...

Que seja doce...e a Talis e eu, esperamos você!!

Abraço e muita arte!!!

Gui